quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Planos de saúdes impõem limites para exames e internações

Médicos ouvidos pelo Estado revelam estratégias de operadoras de planos de saúde para supostamente controlar gastos com exames e receitas e reclamam que elas limitam sua autonomia profissional e prejudicam a qualidade da assistência. O problema atinge mais de 90% dos médicos que trabalham com convênios, diz pesquisa da Associação Paulista de Medicina (APM) e da Associação Médica Brasileira (AMB).A reportagem teve acesso a uma carta enviada pela Fundação Copel de Previdência e Assistência Social a um de seus credenciados. No texto, a operadora apresenta uma proposta de reajuste do valor da consulta, mas estabelece como condição a obediência a determinados indicadores. O médico não poderia ultrapassar, por exemplo, o índice de 0,76 exames laboratoriais por beneficiário por mês. A empresa foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento da edição.Em outro documento ao qual o Estado teve acesso, a operadora informava ao médico o número de consultas que ele havia realizado nos últimos três meses, a quantidade de exames pedidos, o índice de exames por consulta e o custo total dos exames solicitados. O extrato informava ainda qual era a média de exames e de gastos da especialidade. Nos casos em que o índice do médico ultrapassou a média, o número estava grafado em vermelho."É uma maneira de pressionar o médico psicologicamente. Ele pode pensar em pedir um exame, mas desiste com medo de extrapolar a média e sofrer alguma sanção por parte do plano. O prejudicado é o cliente", afirma Robson Azevedo, da Comissão de Defesa e Dignidade Profissional da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Ele conta que algumas operadoras estabelecem uma cota mensal de internações e, acima disso, não autorizam o atendimento."É estarrecedor, pois a pessoa que contratou o plano não tem idéia de que a operadora limita a assistência médica dessa maneira", diz José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB Segundo a Presidente da Ong Portal Saúde, o consumidor precisa ter acesso a todas essas informações, elas podem fazer a diferença na escolha de um Plano a ser adquirido. Acima de tudo, é fundamental informar ao cliente final, assim como os médicos que eles não são e não devem ser reféns dos Planos de Saúde, que a Justiça na Área da Saúde é diferente de tudo que conhecemos de Justiça. Ela existe para amparar ambos, médico e paciente. Uma ação judicial na área da saúde se for conduzida por um advogado especialista pode ser resolvida em até 24h, dependo do caso em questão de horas.

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